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O Acre é longe? 

Um evento na parte mais sul ocidental da Amazônia brasileira somente é distante se seus pontos de referência forem os centros comerciais do país e, portanto, se sua perspectiva seguir a direção estabelecida pela colonização, ou seja, a marcação da ideia de centro e periferia. Do contrário, o Acre localiza-se estrategicamente na tríplice fronteira Brasil-Peru-Bolívia e está no umbigo de Abya Ayala, exatamente em seu centro, o que o transforma em um palco de intensos fluxos culturais e linguísticos por abrigar diferentes povos indígenas como os Jaminawa, Huni Kui, Ashaninka, Manchinery, Yawanawa, Noke Koin, Nukini, Puyanawa, Kuntanawa, Madija, Shawãdawa, Apolima-Arara e Nawa. Na contramão da subalternização do saber, o 39º Enanpoll busca subverter a lógica da produção do conhecimento na academia e convida os pesquisadores e as pesquisadoras a se reunirem em comunidade no movimento contracolonial que desloca ou desestabiliza a produção e circulação da pesquisa da área de Linguística, Literatura e das Humanidades em geral.